Manoel Assunção encerrou 2023 com um feito impressionante, liderando com folga um ranking mundial do poker e fazendo história. A lista em questão é a “Flag Hunter”, ou “Caçador de bandeiras”, criada pelo HendonMob para destacar os jogadores que premiaram em mais países diferentes durante o ano.

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O brasileiro atingiu a incrível marca de ITMs em 18 países diferentes em 2023, terminando o ranking na liderança e com boa vantagem para a japonesa Yuri Ishida, que premiou em 15. É a segunda vez que o Brasil lidera a disputa, que em 2017 teve Felipe Mojave na ponta, com 13 países.

Na lista geral, incluindo todos os anos do ranking, Manoel chegou a 23 países, ultrapassando Mojave como o melhor brasileiro e estando na 20ª posição geral. A liderança geral é do esloveno Casey Kastle, que já sobreviveu à bolha em 51 países diferentes, seguido pelo polonês Miroslaw Klys, com 50.

Manoel Assunção em ação na WSOP, em Las Vegas

Manoel Assunção em ação na WSOP, em Las Vegas

Em entrevista ao SuperPoker, Manoel contou sobre a trajetória até o topo do ranking. Tudo começou em 2022, quando o brasileiro se mudou para Portugal. “Sempre tive vontade de conhecer um pouco mais as séries que têm pela Europa, gosto muito de viajar, e a oportunidade de juntar o poker com viagem é uma coisa muito boa”, explicou o jogador.

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Em 2023, Manoel começou disputando as séries que já costumava jogar, como o EPT e a WSOP. Foi durante o EPT Barcelona que ele percebeu que estava bem colocado na disputa do Flag Hunter. “Eu não estava nem almejando essa conquista, mas vi no ranking que estava em segundo, com o Steve O’Dwyer apenas na frente”. Já bem classificado e com a facilidade de realizar viagens curtas para jogar na Europa, Manoel resolveu se desafiar.

Após conversar com sua esposa, o brasileiro pesquisou séries de torneio live e começou a acumular bandeiras na disputa. “A Yuri [Ishida], japonesa, também começou a ir em várias séries uma atrás da outra”, relembrou Manoel. “Ficou uma ‘briguinha’ entre eu e ela, até a encontrei em alguns eventos pela Europa.” O brasileiro acelerou o ritmo e colocou vantagem contra a japonesa, focado em terminar na ponta.

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“Consegui juntar o útil ao agradável, que é jogar o poker, algo que eu gosto, e conhecer vários países”, explicou. “Estive em muitos países, em alguns nem joguei poker, tipo na Suíça, mas conheci Liechtenstein, joguei um WPT, também fui para a Áustria e não premiei, mas de lá fui para a Eslováquia, outro lugar que adorei jogar. Tem muito país que para o brasileiro é super desconhecido, é muito distante para nós pensar em jogar na Lituânia, Eslovênia, Estônia.

Manoel Assunção garantindo mais uma premiação na Escócia

Manoel Assunção garantindo mais uma premiação na Escócia

E foi assim, unindo a paixão pelo poker com a por viagens, que Manoel Assunção conseguiu marcar seu nome na história do esporte da mente mundial, vivendo várias experiências pelo caminho. “Vi muitos torneios diferentes, com estruturas e regras diferentes, aprendi muito e curti muito”, revelou. “Enfim, deu certo, consegui conquistar o ranking e, paralelo a isso, também consegui ser o primeiro brasileiro em números de países. O Mojave era o primeiro, mas como eu fiz tanto país seguido, acabei passando ele.”

As viagens de Manoel Assunção

Segundo o HendonMob, Manoel acumulou US$ 84.411 em prêmios ao vivo durante 2023, se aproximando da marca de US$ 600 mil em resultados live. O melhor resultado aconteceu em 2015, quando o jogador bateu na trave do bracelete ao terminar em terceiro no Evento #12 (US$ 1.500 No-Limit Hold’em 6-Handed) da WSOP, levando US$ 186.108.

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Durante 2023, Manoel premiou nos seguintes países: República Checa, Portugal, Escócia, Malta, Eslováquia, Alemanha, Estônia, Liechtenstein, Espanha, Lituânia, Chipre, Inglaterra, Estados Unidos, Mônaco, Itália, Irlanda, Holanda e França. Curiosamente, o número de 18 países foi atingido pelo brasileiro mesmo sem registrar um ITM em solo verde e amarelo.

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