Logo após ganhar o LAPT Grand Final no fim do ano passado, Yuri Martins, o Nerd Guy, surpreendeu com o anúncio de que não estaria mais presente nos panos brasileiros, pois estava se mudando para a Austrália.
Sete meses depois, o jogador está presente nas mesas da WSOP 2016 e comentou sobre sua nova vida do outro lado do mundo. “Esses meses foram fantásticos”, disse Nerd Guy. “Não tenho do que reclamar, acho que não vi nenhum defeito na Austrália. Tem tudo que eu gosto, moro na frente da praia, lá é muito seguro, é perfeito.”

Pouco tempo após a mudança, ele já fez sua estreia nas mesas australianas no Aussie Millions. “É um evento bem grande, achei muito bem organizado e o field é bem tranquilo também”, explicou Yuri. “Ainda não joguei outro evento lá, mas pretendo ir para Macau jogar o ACOP (Asian Championship of Poker).”
Perguntado sobre do que mais sente falta morando tão longe tão Brasil, Yuri não titubeou. “Acho que minha família e meus amigos, só”, respondeu rapidamente. “Eu estava sentindo um pouco falta da comida, mas agora minha namorada se mudou para lá e ela cozinha muito bem, e eu também aprendi a fazer várias coisas, então acho que só família e amigos”.
Apesar de não apontar defeitos no país dos cangurus, ele também não teve dificuldades em escolher o fator que mais o agrada no novo lar. “As pessoas lutam tanto para serem bem sucedidas e vencerem na vida, e no Brasil quando você consegue isso, acaba vivendo com medo, não sabe o que pode acontecer quando sai de casa”, explicou. “Então o principal motivo que eu estou morando lá é que eu vivo 100% em paz, não tenho nenhum medo. No Brasil eu estava feliz, mas tinha lugares que me sentia mal às vezes porque as pessoas comentavam de algum prêmio que eu tinha ganhado ou algo assim e daí outras pessoas me olhavam com outros olhos, enfim, o principal é a segurança.”
O primeiro semestre foi tão positivo que Yuri já renovou seu visto para mais dois anos e meio e não pretende voltar para o Brasil tão cedo. “Esses dois anos e meio acho que vou continuar vivendo onde estou, não vou comprar nada, seguir vivendo de aluguel”, afirmou. “Depois disso eu vou ver, se continuar morando lá provavelmente vou comprar um apartamento ou uma casa e morar talvez 9 meses lá e 3 meses no Brasil, só para ter esse contato com a família que realmente me faz falta. Ou até tentar levar eles para lá, que seria fantástico e tenho certeza que iriam amar.”