Na tarde da última quarta-feira (13), enquanto um estrelado field com direito a nomes do calibre de Phil Ivey, Daniel Negreanu e Phil Hellmuth disputavam o Evento #79 (US$ 10.000 Razz Championship), a área de cerimônia montada no Champagne Ballroom ganhava os holofotes da WSOP 2022. No Hotel Paris, nova casa da competição em Las Vegas, o norte-americano Daniel Cates, mais conhecido como “Jungleman”, recebeu o bracelete por ter vencido o prestigiado Poker Players Championship (PPC) pela segunda vez consecutiva.

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Na atual edição do PPC, Dan foi visto utilizando roupas extravagantes. Durante todos os dias da competição, ele exibiu seu arsenal de outfits excêntricos e chamativos, com roupas coloridas e até mesmo fantasias. Porém, com trajes mais discretos para a formalidade, o jogador de 32 anos subiu no palco de forma apressada para receber a premiação. Com compromisso marcado e com o táxi o esperando na saída do hotel, o americano rapidamente cedeu lugar para os demais premiados do dia, Pei Li e Jinho Hong, e deixou o palco sem que o hino de seu país fosse executado.

Jungleman no Dia 1 do PPC da WSOP 2022 (Foto: Diego Ribas/PxImages).

Jungleman no Dia 1 do PPC da WSOP 2022 (Foto: Diego Ribas/PxImages).

Mas apesar da pressa, Daniel Cates aceitou o pedido da reportagem do SuperPoker para uma rápida conversa. Deixando o personagem de lado na maior parte da entrevista, o bicampeão da WSOP analisou o desafio de defender o título do PPC: “Eles [os jogadores] vieram para o território do Macho Man e nunca tiveram chance. Sempre quis que jogassem, achassem que tinham uma chance, mas nunca tiveram. Isso é o significado de ser selvagem”, brincou o jogador, antes de mudar o tom da voz e se revelar uma pessoa de fala calma e serena. “Estou brincando. Eles jogaram muito bem, especialmente na mesa final. Foi uma batalha incrível e as cartas estiveram ao meu favor”.

Jungleman fez história ao conquistar o seu segundo bracelete em um dos torneios considerados mais técnicos do cronograma da World Series. O feito do jogador se torna ainda mais relevante pelo fato dele ter derrotado o craque brasileiro Yuri Martins, que vive grande fase na série mundial – basta lembrarmos que, recentemente, ele se tornou o brasileiro com mais mesas finais disputadas na Copa do Mundo do Poker.

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“Ele foi um pouco mais competitivo do que eu esperava durante o jogo. Jogou de forma sólida, eu diria. Ele não teve muita sorte com seus blefes, infelizmente para ele. Eu continuava tendo o nuts em momentos inconvenientes. Ele jogou muito bem, mas teve má sorte”, ressaltou Dan.

Questionado sobre a longa e barulhenta decisão contra Yuri, Daniel Cates finalizou comentando sobre a participação da torcida brasileira, que se fez presente durante todo o 1×1. “Me incomodou um pouco, mas a torcida americana foi bem barulhenta também. Eu seria hipócrita se fosse reclamar. E, você sabe, eu era o cara vestido (risos) como Macho Man… Seja lá o que estavam gritando… Odeio hipocrisia”. Ele também mandou um recado para os fãs brasileiros: “Nunca estive no Brasil, ouvi dizer que é um lugar incrível, com pessoas incríveis. Espero ir lá em um futuro próximo e desejo a vocês um belo futuro no poker”.

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