Na noite deste domingo (14), a comunidade mundial do poker foi surpreendida por uma triste notícia. Aos 89 anos, morreu Doyle Brunson, uma das maiores lendas da história do esporte da mente. O “Texas Dolly” termina sua carreira com dez braceletes da WSOP, incluindo dois títulos de Main Event consecutivos, em 1976 e 1977, marca igualada somente pelos igualmente históricos Johnny Moss, Stu Ungar e Johnny Chan.

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O primeiro a revelar o falecimento de Doyle Brunson foi o canadense Daniel Negreanu, em sua conta no Twitter. Às 21h54 (horário de Brasília), o “Kid Poker” publicou uma mensagem homenageando aquele que ficou conhecido como “Padrinho do poker”. “Lenda, nunca haverá outro Doyle Brunson (…) Fará falta para muitos”, escreveu.

Minutos depois, Todd Brunson, filho de Doyle, confirmou a informação também pelo Twitter. “Minha mãe ainda nem sabe, eu ainda estou no hospital com ele. Obrigado pela preocupação mas peço a todos que respeitem a privacidade da minha família neste momento. Obrigado. Eu atualizarei todos assim que possível”, publicou.

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Eleito para o Hall da Fama do Poker em 1988, Doyle Brunson foi o primeiro jogador a alcançar US$ 1 milhão ganhos em torneios. Ele conquistou dez braceletes da WSOP entre 1976 e 2005, terminando sua carreira com US$ 6.176.737 em prêmios nas competições live, segundo o Hendon Mob. Seus títulos na Copa do Mundo de Poker vieram tanto em No-Limit Hold’em, quanto em outras modalidades, como 2-7 Lowball Draw, 7-Card Stud, Razz e HORSE. Ele frequentou o evento em Las Vegas até o fim da vida.

Brunson nasceu em Longworth, no Texas, em 10 de agosto de 1933, e foi um jogador promissor de basquete na universidade, até machucar gravemente o joelho. Com isso, ele desistiu da bola laranja e focou nas fichas, das quais já era familiarizado. Ele seguiu cursando administração na Universidade Hardin-Simmons, onde conquistou o título de Mestre em Negócios. A lenda compartilhou sua sabedoria no poker através dos icônicos livros Super/System e Super/System 2.

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A história de Brunson é tão inspiradora e significativa para o universo do poker, que algumas obras contando a trajetória dele estão previstas para serem publicadas. Os trabalhos envolvem audiolivro, documentário e um filme focado na biografia do craque, que contou ainda com histórias macabras envolvendo tiros, mortes e fugas. A festa de 90 anos de “Texas Dolly” tinha a promessa de ser relatada em uma outra obra também. O “Padrinho do poker” era tão aclamado que recebia itens pelo correio para dar autógrafos, mas revelou que pararia com a prática depois de ver que o destino de algumas das peças era o mercado de revenda.

Doyle Brunson enfrentou problemas de saúde por alguns anos. Ele superou o câncer quatro vezes, sendo a última no fim de 2020. Comemorou quando se curou de um melanoma em dezembro daquele ano. Naquela época, ele também contou que, há 60 anos, cinco médicos haviam lhe dado três meses de vida, e revelou viver milagres.

Doyle Brunson frequentou as mesas durante toda a sua vida

Doyle Brunson frequentou as mesas durante toda a sua vida

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Toda a comunidade começou a se despedir de Brunson. “Hoje partiu o maior de todos os tempos, um que não só criou e representou o poker como também sempre continuo jogando em alto padrão até o final”, escreveu André Akkari, que também compartilhou uma breve história. “Dois dias depois de ganhar meu bracelete, sentei na mesa de HORSE com ele e ele quis saber tudo, Minha história, poker no Brasil, tudo por causa daquele surto todo no salão. Contei durante mais de uma hora e ele soltou um ‘welcome to the club’. Guardei aquela frase como guardei o bracelete”, revelou.

Uma das figuras que fez uma publicação especial para se despedir de Brunson minutos depois da notícia foi Joey Ingram. “Um dia triste para o mundo do poker (…) Sempre quis tem mais chances de conversar com ele e fazer perguntas sobre a história do jogo. Uma verdadeira lenda”, publicou ele no Instagram.

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